Bombeiro que socorreu Diana revela as últimas palavras da princesa

No instante em que Xavier Gourmelon chega e vê um acidente de carro dentro de um túnel de Paris, ele não sabe quem está envolvido. De qualquer forma, quando o bombeiro tira uma mulher loira dos destroços, ela puxa o homem um pouco mais para perto. Parece que tem algo a dizer. Assim, a princesa Diana fala com o sujeito que tenta salvá-la, no entanto, Gourmelon naquele momento não faz ideia que aquelas serão as últimas palavras dela.

Dez bombeiros, incluindo Gourmelon, correram para o túnel de Pont de l'Alma e avistaram um Mercedes-Benz W140 quase todo destruído. O mais trágico é que duas pessoas dentro do veículo pareciam já ter falecido. Dessa maneira, Gourmelon agiu rapidamente para descobrir quem ele poderia de fato ajudar - e a mulher loira mostrava ser sua melhor opção.

Dada a condição relativamente estável dela enquanto estava no túnel, Gourmelon ficou surpreso quando descobriu mais tarde que a mulher havia morrido no hospital. Tudo ficou ainda pior quando ele soube que a vítima daquele acidente era ninguém menos que a Princesa de Gales. Por duas décadas, então, aquele bombeiro de Paris manteve as últimas palavras de Diana para si.

Muito antes desse triste fim, porém, Diana cresceu como parte da aristocracia britânica, tanto que foi criada perto da propriedade real de Sandringham. Desse modo, depois de não conseguir se destacar na escola, a prima distante de Winston Churchill foi atrás de uma série de empregos de baixa remuneração. Contudo, coisas maiores logo acenaram para a jovem, fazendo com que sua vida mudasse para sempre.

Quando adolescente, Diana chamou a atenção do namorado de sua irmã Sarah, o qual era ninguém menos que Charles, o Príncipe de Gales. Em pouco tempo, ela e o herdeiro do trono britânico deram início a um relacionamento. Em 1981, eles casaram-se e a linda cerimônia foi assistida pela TV por centenas de milhões de pessoas no mundo todo.

Portanto, Diana tornou-se a Princesa de Gales e tudo parecia ir bem em sua vida de recém-casada - ainda mais quando ela anunciou que estava esperando um bebê. Entretanto, já havia uma certa obscuridade na vida de Diana. Por causa de alguns sentimentos em relação a Charles, ela jogou-se da escada enquanto estava grávida. Os paparazzi, aliás, não davam um minuto de paz e a fotografaram até de biquíni durante a gravidez. Pois é, e só ficou pior.

Infelizmente, aquela união que parecia ser de contos de fadas não passava de uma mentira. Ao que tudo indica, ambos tinham casos fora do casamento e Diana sofria com crescentes crises de saúde mental enquanto lutava contra um distúrbio alimentar. Isso porque a princesa se sentiu expulsa de seu próprio casamento por Camilla Parker-Bowles, a qual Charles possuía uma relação de longa data.

Em 1992, o casal finalmente se separou, mas o divórcio aconteceu só em 1996. O pior é que a separação levou em grande parte ao isolamento de Diana, já que ela aparentemente achava difícil manter confidentes. Um jornalista do Daily Mail alegou, por exemplo, que a princesa não tinha mais que cinco amigos íntimos na época em que morreu. Todavia, pelo menos a vida romântica de Diana prosperou após o fim de seu casamento com Charles.

Os rumores que correm por aí é que a jovem e atraente princesa teve muitos pretendentes. Quando casada, parece que ela saiu com alguns homens, como o guarda-costas Paul Manakee e o cavaleiro James Hewitt. O relacionamento de Diana com o revendedor de carros James Gilbey, inclusive, precisou terminar quando as conversas telefônicas dos dois vieram à tona - e todos descobriram o carinhoso apelido que o homem deu a ela, "Squidgy". Como você pode imaginar, a imprensa teve um dia cheio com essa história em particular.

Diana, no entanto, parecia feliz com o cirurgião cardiovascular Hasnat Khan. Como ela buscava uma vida longe dos holofotes, o romance entre eles ocorreu em segredo. A princesa chegou a contar aos seus amigos que nunca havia conhecido ninguém como Khan. Pelo jeito, os dois se encontraram pela primeira vez quando Diana visitou o Royal Brompton Hospital de Londres com um amigo.

De acordo com a Vanity Fair, a relação de Khan e Diana progrediu até o ponto de pensar em casamento. Ao que parece, a princesa tentou convencer Khan a ter um casamento secreto e ele rejeitou a ideia. Ao invés disso, circula por aí que o homem sugeriu que os dois se mudassem para o Paquistão, onde a imprensa não interferiria, e que Diana pensou seriamente nisso.

A princesa chegou a confidenciar ao seu amigo - e agora primeiro-ministro do Paquistão - Imran Khan seus sentimentos em relação ao cirurgião. No final, porém, o romance começou a vacilar. Apesar dessa potencial decepção, Diana continuou com seus compromissos, visitando a Madre Teresa e apreciando o balé antes de aparecer na capa da Vanity Fair em julho de 1997.

Nesse mesmo mês, Diana aceitou o convite do bilionário Mohamed Al-Fayed para passar umas férias em Saint Tropez, na França. Então, ela levou seus filhos, os príncipes William e Harry, para a viagem e esses membros da realeza ficaram hospedados na propriedade daquele homem de negócios. Dessa forma, foi lá que aparentemente teve início o romance de Diana com o filho de Al-Fayed, Dodi.

O problema é que até naquelas férias a princesa foi assediada pelos fotógrafos, os quais a registraram em um jet ski com Harry, por exemplo. Em uma coletiva de imprensa não programada, Diana declarou aos repórteres que iria chocá-los com a próxima ação dela. Infelizmente, essas palavras acabaram se tornando sombriamente proféticas.

Contudo, Diana já conhecia Dodi antes da viagem a Saint Tropez, visto que ambos faziam parte do mesmo meio. Como Dodi era o filho mais velho de Al-Fayed, ele basicamente nasceu em berço de ouro. Ainda assim, aquele homem conseguiu construir sua própria carreira como produtor de filmes, sendo creditado por Carruagens de Fogo e Hook: A Volta do Capitão Gancho.

Conforme Khan disse mais tarde à polícia, ao retornar à Londres, Diana pôs um fim na relação deles. O cirurgião imediatamente suspeitou que ela tivesse alguém novo em sua vida - talvez da família Al-Fayed. Dessa maneira, como Khan não pensava muito bem do bilionário egípcio, ele falou à princesa que achava que o relacionamento poderia trazer mal a ela.

Dodi, entretanto, mostrava-se apaixonado por Diana - embora estivesse noivo da modelo Kelly Fisher. Para deixar suas intenções claras, o filho daquele magnata parece ter dado vários presentes à princesa, como uma sala repleta de flores, algumas frutas tropicais e um relógio Cartier. Desse modo, ele veria seus sentimentos serem correspondidos quando os dois começassem um relacionamento.

A verdade, todavia, é que as opiniões variam a respeito do quão intenso foi o romance de Diana e Dodi no final do verão britânico de 1997. Segundo a Vanity Fair, Dodi planejava dar um anel à princesa. Diana chegou a contar a sua amiga Rosa Monckton que ela usaria a joia em sua mão direita. No entanto, Monckton pensou que a princesa só queria provocar ciúmes em Khan. O pai de Dodi, por outro lado, acreditava que o anel era para marcar o noivado do casal.

Seja como for, Diana e Dodi obviamente gostavam da companhia um do outro. No final de julho, os dois resolveram fazer um cruzeiro para Sardenha e, mais uma vez, os paparazzi não deram um minuto de paz. Tanto que, em agosto de 1997, enquanto Diana participava de um evento anti-minas na Bósnia, foram publicadas algumas fotos do casal se abraçando no iate de Dodi.

No final do mês, eles estiveram mais uma vez na França e, desta vez, ficaram em Paris no Hôtel Ritz. De acordo com uma informação de 2019 do Daily Mirror, Diana permaneceu em sua suíte e Dodi foi a uma joalheria para adquirir o anel que a princesa estava esperando. Portanto, na noite de 30 de agosto de 1997, o casal planejou jantar no sofisticado restaurante Benoit.

Depois de serem seguidos por quase 30 fotógrafos enquanto estavam a caminho do restaurante, eles precisaram mudar os planos. De volta ao Ritz, os dois decidiram jantar no restaurante L'Espadon daquele famoso hotel. Ao se sentar, porém, Dodi ficou com receio de que os clientes de lá também fossem paparazzi. Logo, a única opção que restou ao casal foi voltar para o quarto.

Desse jeito, após o jantar, eles resolveram passar a noite no apartamento de Dodi na Avenida Champs-Élysées. Contudo, havia um problema. Como Diana e Dodi foram seguidos desde o momento em que deixaram o hotel mais cedo naquela noite, aqueles dois tinham certeza que os fotógrafos ainda esperavam por eles. Por isso, um elaborado esquema foi criado.

Mesmo estando de folga naquela noite, o subchefe de segurança do hotel, Henri Paul, combinou que levaria o casal. Enquanto Paul sairia pela parte de trás do hotel com Dodi, Diana e o guarda-costas Trevor Rees-Jones, dois veículos partiriam pela frente para dispersar. Nisso, já era a madrugada de 31 de agosto de 1997.

Então, Paul agiu conforme o planejado. O ruim é que os fotógrafos notaram o que estava acontecendo e passaram a seguir o Mercedes. Mais tarde, um inquérito ouviu que os paparazzi tentaram "bloquear" Paul para fazê-lo parar. Em vez disso, o homem prosseguiu a uns 105 km/h antes que a tragédia ocorresse.

Dessa forma, quando o Mercedes passou por um túnel sob a Pont de l'Alma, Paul perdeu o controle do carro. Como nenhum fotógrafo parecia estar perto o bastante para ter causado o acidente, o inquérito culpou o próprio Paul - o qual bebeu álcool suficiente para colocá-lo três vezes acima do limite legal de velocidade.

Com força, o veículo chocou-se contra um pilar no túnel. O acidente mostrou-se cruel e mortal, tirando a vida de Paul de imediato. Apesar dos terríveis destroços, entretanto, os paparazzi supostamente pouco fizeram por aqueles passageiros - ao invés disso, optaram por fotografar o carro todo destruído. Ainda bem que alguém foi capaz de pelo menos ligar para o serviço de resgate, fazendo com que uma equipe de bombeiros saísse apressada da estação Malar.

Os socorristas foram chefiados por Gourmelon - o oficial de serviço naquela noite. Em 2017, ele contou ao The Sun exatamente o que ele e sua equipe encontraram lá. O bombeiro explicou: "O veículo estava uma bagunça e lidamos com isso como qualquer acidente de trânsito. Fomos direto ao trabalho para ver quem estava vivo e precisava de ajuda".

Gourmelon continuou: "Para mim, aquilo era simplesmente um banal acidente de trânsito - um dos muitos com os quais os serviços de emergência têm que lidar - e por habituais causas: velocidade e embriaguez". Na hora, ficou claro que era impossível ajudar Paul. Gourmelon acrescentou ao The Sun: "Quando cheguei perto do carro, pude ver que o motorista já estava morto e não havia nada que pudesse ser feito por ele".

Infelizmente, Dodi não estava nada melhor na parte de trás do veículo. Ele sofreu um ataque cardíaco enquanto ainda estava dentro do Mercedes e faleceu antes mesmo do socorro chegar. Por outro lado, embora Rees-Jones se encontrasse gravemente ferido, ele conseguiu sobreviver ao acidente.

Ainda que estivesse em grande perigo, a principal preocupação do guarda-costas era supostamente sua princesa. Pois é, parece que Rees-Jones perguntou repetidas vezes por Diana, ignorando todas as orientações dos bombeiros sobre ficar calmo. Por fim, Gourmelon disse que nenhum dos socorristas sabia inglês muito bem e que ele deveria tentar ficar quieto.

Assim, Gourmelon atendeu Diana, a quem ele só foi capaz de identificar como uma misteriosa "mulher loira". De início, na verdade, o bombeiro achou que ela estava boa, já que se encontrava de olhos abertos e consciente. Na parte traseira do carro, Diana estava estirada no assoalho e podia até fazer alguns pequenos movimentos. Todavia, independentemente de seu estado, era hora de tirá-la de lá.

Dessa maneira, Gourmelon colocou uma máscara de oxigênio na princesa e segurou a mão dela enquanto se preparava para removê-la daquele veículo. O bombeiro esclareceu depois que, durante todo o resgate, ele não fazia ideia de quem aquela mulher era. Gourmelon revelou: "Foi só quando a colocaram na ambulância que um dos paramédicos me disse que era [a princesa Diana]". Na entrevista ao The Sun, a propósito, o bombeiro expôs o que Diana disse a ele na época.

Enquanto Gourmelon cuidava dela, a princesa aparentemente falou algumas palavras - que talvez foram suas últimas. Atordoada por aquela caótica situação, parece que ela perguntou ao bombeiro: "Meu Deus, o que aconteceu?". Apesar de Gourmelon não ter dito se respondeu à pergunta, ele relatou ao The Sun o que de fato ocorreu em seguida.

O bombeiro prosseguiu: "Eu dei [a Diana] um pouco de oxigênio e minha equipe e eu ficamos ao lado dela quando foi tirada do carro. Foi muito rápido porque não tivemos que cortar nenhum dos destroços". Quando a princesa foi colocada em uma maca, no entanto, ela sofreu um ataque cardíaco.

Gourmelon, portanto, ajudou Diana de imediato e isso pareceu funcionar a princípio. Ao The Sun, ele descreveu: "Eu fiz uma massagem cardíaca e, após alguns segundos, ela começou a respirar novamente. Foi um alívio, é claro, porque, como socorrista, você quer salvar vidas - e foi o que eu pensei ter feito".

Bem, Gourmelon tinha todos os motivos para acreditar que a princesa sobreviveria ao acidente. Até porque, exceto por uma única lesão em um de seus ombros a qual não aparentava ser grave, ele não viu nada de sangue no corpo dela. Desse jeito, foi por isso que o bombeiro pensou que ele e sua equipe tinham conseguido salvar Diana.

Quando a colocaram na ambulância, então, Gourmelon estava otimista sobre as chances daquela mulher. Mais tarde, ele comentou ao The Sun: "Para ser sincero, eu realmente pensei que ela fosse sobreviver". Porém, logo depois que a ambulância se dirigiu ao Pitié-Salpétrière Hospital, o francês recebeu uma chocante notícia.

Diana chegou ao hospital poucos minutos após as duas da manhã e foi posteriormente levada às pressas para uma cirurgia. Os médicos fizeram de tudo para mantê-la viva, contudo, nada adiantou. A princesa faleceu devido aos seus extensos ferimentos internos - como a ruptura de um vaso sanguíneo perto do coração. A noite, entretanto, ainda não havia terminado para Gourmelon.

Depois da tentativa de resgate, o bombeiro ligou para sua esposa a fim de compartilhar o que havia acontecido. Ele relatou ao The Sun: "[Minha esposa] estava dormindo e eu falei a ela a respeito do acidente e da princesa Diana. Eu disse que ela havia sofrido uma parada cardíaca, mas que consegui reanimá-la". Por volta das quatro da manhã, todavia, a princesa morreu.

Gourmelon passou duas décadas sem comentar nada sobre aquela fatídica noite de agosto - até, claro, ele ter deixado o Corpo de Bombeiros. Ao que parece, as memórias continuam nítidas em sua mente. Desse modo, Gourmelon concluiu: "Eu ainda posso ver toda a cena. É algo que nunca vou esquecer e que sempre penso nesta época do ano".